
BCE caminha sobre gelo fino ao ajustar sua taxa de refinanciamento
Os formuladores de políticas europeus precisam lidar com uma previsão de inflação preocupante para a zona do euro. Os temores de que a inflação na UE dificilmente se estabilizará em torno da meta de 2% crescem, o que pode limitar a eficácia das medidas do BCE. A presidente do BCE, Christine Lagarde, alerta que a fragmentação do comércio e o aumento dos gastos com defesa podem acelerar ainda mais a inflação na União Europeia. Caso a inflação volte a subir, a luta contra ela entrará em uma nova fase, levantando a questão: quem sairá perdendo nesse cenário?
Lagarde reconheceu que, nestas condições, será difícil para o banco central manter a inflação dentro da meta de 2% – um objetivo que mercados e analistas esperam ser alcançado somente no início de 2026.
As tarifas de importação mais altas introduzidas por Washington adicionam mais pressão ao cenário. No entanto, Lagarde destacou que essas tarifas podem levar ao redirecionamento do excesso de capacidade de produção da China para a Europa, o que poderia beneficiar a região e ajudar a conter a inflação. Ainda assim, a presidente do BCE enfatizou que o regulador europeu não pode garantir que “a inflação geral permanecerá sempre em 2%”.
Para contextualizar, em janeiro de 2025, a Hungria registrou a maior taxa de inflação anual da UE, próxima de 6%, enquanto o IPC anual da zona do euro ficou em 2,5%. As menores taxas de inflação foram observadas na Dinamarca, Irlanda, Itália e Finlândia, enquanto Romênia e Croácia registraram índices acima da média.